20 de julho de 2013

Ligas Internacionais 2013/14: Raiffeisen Super League

A missão para esta época é muito simples de ser decifrada: quem conseguirá neste momento bater o FC Basel a nível interno? Analisando as últimas 10 edições da liga suíça, verifica-se que só o FC Zürich conseguiu refrear um pouco o êxito da equipa de Basileia, conquistando o cetro suíço nas épocas 2005/06, 2006/07 e 2008/09. A edição deste ano não deverá fugir à regra. Na época passada, o clube de Zurique esteve muito abaixo das expetativas, terminando num modesto quarto lugar. A sensação da prova acabou por ser o St. Gallen, que terminou em terceiro e conseguiu o apuramento para o play-off de acesso à fase de grupos da Europa League. Em segundo ficou o Grasshoppers, clube muito conceituado em terras helvéticas, que voltou aos grandes momentos após uma grave crise desportiva e financeira, tendo lutado até às últimas jornadas pelo título (ficou somente a três pontos do FC Basel). O foco de destaque caiu mais uma vez na equipa de Basileia que foi comandada por dois homens durante o decorrer da época: primeiro pelo alemão Heiko Vogel e, mais tarde, pelo antigo internacional suíço Murat Yakin. Os RotBlau sagraram-se pela 16ª vez campeões suíços. No entanto, perderam a final da Swiss Cup para o Grasshoppers (1-1 no tempo regulamentar e 4-3 nas grandes penalidades). No passado fim de semana voltaram as emoções aos grandes palcos suíços. Num campeonato disputado por 10 equipas a quatro voltas, o favoritismo volta a ser atribuído à equipa de Murat Yakin. Passaremos agora a uma análise mais detalhada das principais equipas presente nesta edição 2013/14 da Raiffeisen Super League. 


FC Basel 1893: Guiados por Murat Yakin, a equipa dos RotBlau tenta chegar ao penta campeonato, algo que seria inédito no futebol suíço. Misturando muita juventude com alguma experiência, Yakin tentará formar um bom conjunto, capaz de cumprir o seu dever domesticamente e tentar chegar longe nas competições europeias. Nas últimas duas épocas, o FC Basel ficou-se pelas meias finais da Europa League 2012/13 e pelos oitavos de final da Champions League 2011/12. Da equipa de St. Jakob-Park saíram alguns nomes importantes como Markus Steinhöfer para o Real Bétis, Park Joo-Ho para o 1.FSV Mainz 05, Cabral para o Sunderland AFC ou Alexander Frei, que acabou a sua carreira profissional. Em termos de aquisições, as mais sonantes são a do lateral esquerdo Behrang Safari, que foi contratado ao Anderlecht, bem como a do médio centro ofensivo Matías Delgado ao Al Jazira (Abu Dhabi). Em termos táticos, Murat Yakin deverá manter o 4-4-2 que já era utilizado antes da chegada deste técnico ao clube de Basileia, ainda que com algumas alterações, privilegiando a posse de bola através de uma boa dinâmica coletiva. Uma equipa que se dispõe em ataque organizado, construindo a partir de trás, com os dois centrais muito bem abertos. Um dos dois médios centro costuma baixar um pouco mais, de modo a possibilitar a grande profundidade dada pela subida dos laterais, apoiando os momentos ofensivos em conjunto com os médios ala. Destaque para Fabian Frei, o cérebro desta equipa. Muito agressivo na forma como defende, muito tranquilo a sair a jogar. Nota ainda para Mohamed Salah, muito importante na forma como ocupa os espaços laterais, sendo uma das grandes armas desta equipa e também para a dupla de avançados: enquanto um é mais tecnicista (Raúl Bobadilla), o outro tem um excelente jogo aéreo, boa presença na área  devido à sua elevada estatura e consegue desmarcar muito bem os companheiros, através da sua mobilidade (Marco Streller).


Grasshopper Club Zürich: Nova época, novo treinador, mas a meta permanece em relação à época transata: continuar a recuperação, entrando na luta pelo título. O clube do Letzigrund é o mais galardoado internamente (27 ligas e 19 taças da Suíça). Os escassos três pontos que separaram o clube de Zürich do título em 2012/13 não baixaram a confiança. Michael Skibbe, técnico com alguma experiencia no futebol alemão, foi contratado de modo a tentar levar a equipa ao topo do futebol suíço e a fazer algo de positivo na Champions League. O clube de Zürich sofreu algumas mudanças, contando com muitas saídas. Mohamed Coulibaly saiu para o AFC Bournemouth, Steven Zuber para o PFC CSKA Moskva e o central português João Paiva para o FC Wohlen. Vieram os guarda redes Roman Burki do BSC Young Boys e Andreas Hirzel do FC Aarau, para além do regresso às competições do extremo direito Johan Vonlanthen. Freuler e Lang chegaram por empréstimo. Taticamente, Skibbe dará uso ao seu 4-1-4-1, com o internacional helvético Stéphane Grichting a comandar a defesa. Salatic irá fazer a posição de trinco, jogando à frente dos centrais. Na frente, Nassim Bem Khalifa será o único homem avançado, tendo a boa velocidade e técnica de Vonlanthen à esquerda e a boa qualidade do bósnio Hajrovic.

FC St. Gallen: No comando mantém-se o técnico luxemburguês de 44 anos Jeff Saibene, que foi responsável pela grande época 2012/13 de uma equipa que tinha subido de divisão na época anterior.  Chegaram Goran Karanovic, Roberto Rodriguez, Muhamed Demiri, Matias Vitkieviez (ex- BSC Young Boys) e Alhassane Keita. Mas o grande ausente dá pelo nome de Ezequiel Scarione, que saiu para o Kasimpasa, depois de ter sido o melhor marcador do campeonato transato com 21 golos, contribuindo para a boa campanha da sua equipa. Saibene continuará com o seu 4-2-3-1, aproveitando o génio de Sébastien Wuthrich. A tarefa de garantir um lugar europeu, à semelhança da época anterior, não se antevê nada fácil. Ver-se-á até que ponto a equipa de  St. Gallen conseguirá gerir os jogos da liga e das competições europeias (entrará no play-off da Europa League).

FC Zürich: Depois de uma época em que desiludiu a todos os níveis, a equipa comandada por Urs Meier tenta regressar à luta pelo título, numa época em que voltará às competições europeias (3ª pré eliminatória da Europa League). Não houve muitas mudanças nesta equipa: André Gonçalves (FC Schaffhausen), Gajic (BSC Young Boys) e Drmic (1.FC Nurnberg) saíram. Jorge Teixeira regressou do Siena, após um período de empréstimo. Alain Nef e Franck Etoudi são as principais caras novas. O 4-4-2 será uma constante no Letzigrund, com a baliza ao encargo do luso-suíço David da Costa, os irmãos Koch no setor defensivo e Chermiti como principal referencia ofensiva.

BSC Young Boys: nova época, novo técnico. Depois da péssima campanha da equipa de Berna a nível interno na época passada (7º lugar), Uli Forte é o nome que pretende guiar a equipa amarela aos lugares europeus. Matias Vitkieviez saiu para o FC St. Gallen e Alexandar Farnerud para o Torino FC. Ao invés, foi adicionada ainda mais experiência, com a chegada de Steve von Berger (ex-Palermo), Milan Gajic (ex-FC Zürich) ou Michael Silberbauer (por empréstimo do Odense). Uma equipa que se apresentará e 4-2-3-1, com o experiente Marco Wolfli na baliza, o lateral Christoph Spycher e o ponta de lança sueco Alexander Gerndt. Lançadas as principais equipas deste campeonato, resta saber como cada uma se irá comportar e quais as surpresas e desilusões reservadas para esta época. Acreditam na conquista do primeiro penta campeonato pelo FC Basel? Ou alguém vai intrometer-se na luta pelo cetro helvético?



Por Ricardo Ferreira

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