Saint Jakob Park, Basileia, Suíça. 8 de
setembro de 2014, fase de grupos relativo ao apuramento para o Europeu de futebol
de 2016, previsto para ser disputado em França. Nas contas relativas ao grupo E
e na primeira jornada de encontros relativo a esta contenda, surgiu um
apetitoso Suíça vs. Inglaterra no horizonte que despertou as curiosidades dos
analistas futebolísticos, tratando-se de dois projetos em construção e com
ambição de afirmação no contexto continental. Apesar do resultado de 2-0 que
beneficiou a Inglaterra, a Suíça mostrou-se de forma aguerrida e com capacidade
de perturbar e equilibrar as forças e desnudando a irrealidade do marcador, não
demonstrando qualquer receio perante uma formação cujos pergaminhos são bem
mais valiosos que os da seleção do centro da Europa.
Começando pela formação da casa, a seleção
helvética possui grandes individualidades na frente do ataque e membros no
miolo com grandes rotinas entre eles (dois deles jogam em Nápoles juntos) mas
possui algumas fragilidades na circulação de bola no seu meio-campo quando é
submetida a elevados níveis de pressing (como neste encontro) e debilidades
evidentes na antecipação posicional em contra-ataques rápidos. Enumerando
algumas das suas estrelas, evidenciam-se o avançado do Bayern de Munique
Xherdan Shaqiri, a grande promessa e já estrela deste grupo; o lateral-direito
da Juventus Stephan Lichtsteiner, um elemento experiente e com grande propensão
ofensiva; e os futebolistas pertencentes ao meio-campo, com Gokhan Inler e
Valon Behrami a fornecer a serenidade na construção e a disponibilidade
defensiva, apesar do primeiro ter responsabilidades no primeiro tento
britânico; e com Granit Xhaka a exibir os seus recursos ofensivos, sendo capaz
de criar ruturas e linhas de passe e servir com grande eficiência os dianteiros
Aaron Mehmedi e Haris Seferovic. Concluindo, o que não falta é matéria prima para
que o selecionador Vladimir Petkovic consiga colocar as suas ideias em prática,
tentando incutir uma mentalidade ofensiva e de ataque frequente, servindo-se da
verticalidade dos seus laterais para conseguir criar mossa com vários
cruzamentos e com presença na área de vários indivíduos; afigurando-se a Suíça
como um projeto a seguir nos próximos encontros e que promete dar cartas no
futuro, apesar de contar com muitos recursos de grande maturidade tática e em
campeonatos de grande competitividade.
Passando à análise da seleção dos três
leões, guiada pelo também experiente técnico Roy Hodgson, a Inglaterra conta
com uma nova fornada de jogadores de grande irreverência e de inconformismo
constante no que toca à procura do golo. Com uma renovação evidenciada no onze
da partida (sem qualquer trintão no onze inicial), a equipa baseia-se num
Premier League All-Star de nacionalidade inglesa mas que ainda necessita de
algumas rotinas como equipa e de mais disciplina tática, particularmente na
construção de jogo e na ação defensiva (transmitiu alguma comodidade no seu
meio-campo à formação oponente, apesar da forte pressão dos elementos da
frente). Dispondo de um ataque bastante profícuo, com o novo capitão Wayne
Rooney a ser sinónimo de golos, Raheem Sterling, do Liverpool, de talento e com
um Danny Welbeck, renovado com uma transferência para o Arsenal onde vê mais
chances de ser titular, que mostra ser capaz de resolver jogos; ainda há Daniel
Sturridge e Ricky Lambert, ambos dos "reds", que oferecem as mesmas garantias dos
supramencionados. Apesar do meio-campo não dispor de brilho e de ser o setor em
que urge mais sofisticação, a verdade é que apresenta valores de alta
consistência, como Jordan Henderson ou Jack Wilshere, mas que dão a sensação de
ainda não terem explodido e de poderem render bastante mais no curto a médio
prazo. A defesa apresenta-se minimamente coesa e com ações por vezes
providenciais mas que não transmite a agressividade anteriormente concedida por
ícones como Rio Ferdinand, John Terry ou Sol Campbell; sendo que aqui Gary
Cahill, do Chelsea, e Leighton Baines, do Everton, surgem como os líderes desta
linha. O jogo da Inglaterra carateriza-se por ser bastante verticalizado, com
muita visão de baliza e com processos simples e pragmáticos que apanhem no
contrapé o seu oponente e favoreça a velocidade e juventude do ataque
britânico. O trabalho do meio-campo e o processo defensivos requerem uma
assimilação mais demorada e que requerem mais dias de concentração e trabalho.
Estamos perante dois dos projetos mais aliciantes e sedutores em termos de seleções de futebol a nível europeu, apostando ambas em unidades bastante audazes e virtuosas na frente do ataque para causarem estragos aos seus opositores. Com processos bem apoiados e suportados por treinadores com muita tarimba em competições intracontinentais, são equipas que, a par de uma Espanha renovada e de cara lavada, de uma Alemanha com uma fartura de soluções que não oscilam muito umas das outras e de uma França que promete encantar com a qualidade técnica das suas estrelas, entre outras, certamente terão uma palavra a dizer nesta campanha rumo ao Euro 2016 e que revelarão novos alvos para os tubarões do Velho Continente.
Estamos perante dois dos projetos mais aliciantes e sedutores em termos de seleções de futebol a nível europeu, apostando ambas em unidades bastante audazes e virtuosas na frente do ataque para causarem estragos aos seus opositores. Com processos bem apoiados e suportados por treinadores com muita tarimba em competições intracontinentais, são equipas que, a par de uma Espanha renovada e de cara lavada, de uma Alemanha com uma fartura de soluções que não oscilam muito umas das outras e de uma França que promete encantar com a qualidade técnica das suas estrelas, entre outras, certamente terão uma palavra a dizer nesta campanha rumo ao Euro 2016 e que revelarão novos alvos para os tubarões do Velho Continente.
Artigo escrito por: Lucas Brandão
Imagens: globoesporte.globo.com / tvi24.iol.pt
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