Reflexão: Referir a bela cidade de Guimarães, o berço de Portugal, é também constatar a garra e a paixão que justamente eleva a exigente massa associativa vitoriana a um patamar diferente da maioiria dos clubes da sua dimensão. Após oito jornadas volvidas na Liga Portuguesa, o percurso do Vitória SC constitui indubitavelmente uma das maiores surpresas. Ou, se preferir, uma afirmação convincente do plano estratégico montado pela administração de Júlio Mendes desde março de 2012 (momento em que sucedeu a Emílio Macedo da Silva no cargo de presidente) para enfrentar a maior crise económica da história do clube minhoto. Sufocado por esta, o Vitória SC teve de tomar uma decisão que pode servir de espelho para o futuro de muitos outros clubes no atual cenário do futebol português. Inevitavelmente os últimos anos do conjunto minhoto ficam naturalmente marcados pela inédita conquista da Taça de Portugal (em maio de 2013 frente ao SL Benfica) e consequente entrada na fase de grupos da UEFA Europa League. No entanto, é impossível dissociar estes feitos de um nome que progressivamente vai ganhando mais mediatismo no panorama futebolístico nacional.
Rui Vitória cumpre atualmente a quarta temporada em Guimarães. Depois de belos trabalhos realizados nos juniores do SL Benfica, no CD Fátima e no FC Paços de Ferreira, o técnico natural de Vila Franca de Xira foi recrutado numa fase muito precoce da época 2011/12 para substituir Manuel Machado no comando dos vimarenenses. A partir daí, a história é repetitiva e bem conhecida. A reestruturação financeira tem baixado anualmente o orçamento disponível de forma drástica, algo que dificilmente permite augurar grandes objetivos no plano teórico. Apesar das forçosas perdas de determinadas referências, Rui Vitória tem sido bastante perspicaz e paciente ao lidar com todas as dificuldades que se deparam no seu trajeto por terras minhotas. Mediante um leque bastante escasso de recursos, o treinador português não tem demonstrado qualquer receio em apostar regularmente nos talentos que emergem das camadas jovens. Desta forma, a cada época tem reinventado equipas, potenciado vários ativos (Tiago Rodrigues [ver perfil aqui], Ricardo Pereira ou Paulo Oliveira, entre outros) e alcançado performances consistentes.
Para 2014/15 a conjuntura não se diferenciou muito do passado recente. Jogadores como David Addy, Paulo Oliveira, André Santos, Leonel Olímpio e Marco Matias abandonaram no último defeso o Estádio D. Afonso Henriques. A política de contratações foi muito cautelosa e sobretudo voltada para a "prata da casa". Normalmente montado em 4-2-3-1 (com variações para 4-3-3 ou 4-4-2), o Vitória SC procura um modelo que se notabilize pelo espírito humilde e coletivo e por um futebol ofensivo que mescla capacidade de trabalho com técnica e irreverência. No fundo, uma equipa à imagem do seu treinador. Em termos individuais, destaque para a dupla consistente que tem sido formada no eixo defensivo pelo regressado Rodrigo Defendi e pelo promissor João Afonso (proveniente do Campeonato Nacional de Seniores, estreou-se recentemente a faturar no campeonato e denota grande tranquilidade com o esférico em seu poder). Uma referência a Moreno, central que tem obtido poucos minutos de utilização, mas cuja presença no balneário é imprescindível para que consiga transmitir aos jogadores de tenra idade a mística e a responsabilidade que representa vestir a camisola dos "conquistadores". Nas laterais (uma das principais lacunas na época transata), é de realçar a ascensão de Adama Traoré (competente nas tarefas defensivas) e de Bruno Gaspar (produto do Caixa Futebol Campus, denota boas qualidades tanto ofensiva como defensivamente), bem como a adaptação de Nii Plange (tem ganho novas rotinas). No setor intermediário reside a principal virtude do conjunto vitoriano. A bravura e a regularidade exibicional do capitão André André combinam com a segurança defensiva concedida por Cafú (evidenciou-se pela equipa B em 2013/14) e a irreverência técnica do 'número dez' africano Bernard Mensah, até à data uma das revelações da Liga Portuguesa 2014/15 (ver perfil aqui). No ataque, David Caiado (conta com várias passagens por clubes estrangeiros), Alex (grande margem de progressão) e Hernâni (um dos jogadores mais velozes do campeonato luso, capaz de cruzar com critério ou usar o seu drible para vencer duelos individuais) ocupam as faixas. Tomané (move-se com facilidade entrelinhas para favorecer o seu bom toque de bola em prol do coletivo) e Jonathan Álvez constituem a referência no eixo ofensivo. Apesar de tudo, é evidente a ausência de um ponta de lança que garanta mais de uma quinzena de golos por temporada.
Apontar como meta principal para a presente temporada um lugar na metade superior da tabela classificativa é um desafio perfeitamente ao alcance de Rui Vitória e do seu plantel. Para já, o início de temporada (dezassete pontos em oito jogos) vai revelando que a formação vimaranense pode surpreender com o decurso da época e, quiçá, almejar o regresso às competições da UEFA. Começar desta forma certamente dará bases para crescer no futuro. Porém, será necessário continuar a dosear muito bem as expetativas com a realidade competitiva e financeira na qual os vitorianos estão inseridos. No início de setembro, Rui Vitória foi considerado pelo suplemento "ExtraTime" do jornal italiano "La Gazzetta dello Sport" como um dos novos mágicos do futebol europeu. Figurou ao lado de treinadores como Gary Monk (Swansea City AFC), Roger Schmidt (Bayer 04 Leverkusen) e Willy Sagnol (FC Girondins de Bordeaux), de modo a valorizar o fantástico arranque de temporada que os referidos timoneiros apresentaram ao serviço dos seus respetivos conjuntos. O apelido "mágico" poderá soar de forma estranha a muitos adeptos, sobretudo aqueles que consideram o português como um treinador conservador. Apesar disso, um dado é inquestionável: Rui Vitória é o homem ideal para guiar os minhotos a mais uma campanha tranquila e já justifica a incorporação num clube com outras ambições.
Jovem Promessa: Hakan Çalhanoğlu. Nascido a oito de fevereiro de 1994 em Mannheim (cidade pertencente ao estado de Baden-Württemberg, no sudoeste da Alemanha), este jovem de vinte anos tem-se consolidado como um dos principais esteios do Bayer 04 Leverkusen em 2014/15. Proveniente de uma família com origens turcas, a carreira futebolística do médio iniciou-se em clubes modestos como 1. FC Turanspor Mannheim e Polizei SC Mannheim. Aos sete anos transitou para o SV Waldhof Mannheim, antes de ingressar nas camadas jovens do Karlsruher SC em 2009. Após obter presenças regulares nas equipas juvenil e júnior, Çalhanoğlu foi chamado a estagiar com a formação principal dos "blau-weiß" durante a pausa de inverno de 2011/12. Sob orientação do técnico norueguês Jørn Andersen, o turco debutou na 2. Bundesliga a cinco de fevereiro de 2012. Abrilhantou a sua estreia no escalão sénior com duas assistências, contribuindo para a reviravolta do seu clube frente ao FC Erzgebirge Aue. De resto, Hakan acabaria por somar catorze partidas durante a segunda metade da referida temporada. Contudo, não evitou a descida do Karlsruher SC à 3. Liga. Em agosto de 2012 Hakan Çalhanoğlu assinou um contrato válido por três anos com o Hamburger SV. Mesmo assim, o médio foi cedido por empréstimo ao clube que representara no exercício anterior, por forma a garantir minutos de jogo e elevar a sua maturidade competitiva. Assumiu a responsabilidade de envergar a camisola dez e encantou as bancadas do Wildparkstadion: dezassete golos e catorze assistências em trinta e nove jogos (dados distribuídos por 3. Liga e DFB Pokal). Conquistou o título referente à terceira divisão do futebol germânico e consagrou-se como o terceiro melhor jogador da prova. Regressado ao norte da Alemanha, Çalhanoğlu arrancou para mais uma temporada sedutora em termos individuais. Na 1. Bundesliga contabilizou onze tentos e quatro passes para golo em trinta e quatro encontros. O golo apontado na Imtech Arena em fevereiro de 2014 frente ao Borussia Dortmund constitui uma das suas imagens de marca: potência e colocação na execução de lances de bola parada. Numa temporada sublinhada pela desastrosa campanha dos "Die Rothosen", Çalhanoğlu foi um oásis num deserto de qualidade que assolou o único clube totalista de todas as edições do campeonato alemão. Assim, acabou por ser decisivo para que o Hamburger SV (que derrotara o SpVgg Greuther Fürth no play-off de despromoção) alcançasse a permanência na 1. Bundesliga. Finda a época transata, o centrocampista assinaria por cinco anos com o Bayer 04 Leverkusen, numa transferência que rondou sensivelmente os quinze milhões de euros. No plano internacional, Hakan Çalhanoğlu tem arrecadado várias presenças nas seleções turcas desde os U16. Apesar de possuir nacionalidade alemã, o jogador decidiu representar o país euro-asiático. Esteve presente no Campeonato do Mundo U20 2013, competição no qual apresentou duas assistências e um golo em quatro jogos (os turcos foram eliminados nos oitavos de final pela congénere francesa). Em setembro do mesmo ano estreou-se na seleção principal, em partida referente à zona europeia da fase de qualificação para o Mundial 2014. Sob orientação de Fatih Terim, Çalhanoğlu disputou os oito minutos finais na goleada por 5-0 sobre Andorra. Recentemente esteve ausente dos jogos relativos ao apuramento para o Europeu 2016 (tal como Ömer Toprak), devido a uma alegada ameaça à mão armada por parte de Gökhan Töre em outubro do pretérito ano civil. Médio ofensivo centro (pode atuar nas restantes posições do ataque), Hakan Çalhanoğlu destaca-se pela enorme qualidade técnica, exponenciada a partir do seu pé direito. Temível na cobrança de bolas paradas (pratica diariamente esta ação e assume que a sua inspiração provêm do visionamento de muitos vídeos), exibe um portentoso remate de meia distância, excelente capacidade de passe (curto e longo) e uma visão de jogo fora do comum. Joga e faz a equipa jogar (é um autêntico estratega), denotando bom toque de bola e pautando os ritmos do seu conjunto (desequilibra com facilidade). Contribui defensivamente e gosta de assumir ações de condução e finalização. No entanto, terá de evoluir na tomada de decisão (não são raras as vezes em que prefere arriscar individualmente do que oferecer o esférico a um companheiro melhor posicionado). Não é tão forte nos duelos aéreos (mede 176 cm) nem é um jogador muito veloz, pelo que necessita igualmente de aprimorar os seus atributos físicos (apenas 69 kg). A formação orientada por Roger Schmidt adquiriu uma das sensações da pretérita edição da 1. Bundesliga e certamente uma das futuras referências do futebol turco. A BayArena é o local mais indicado para que "o novo Mesut Özil" lapide as suas características e adquira experiência nas competições europeias. Entretanto, o seu começo de temporada tem sido promissor (quatro golos e seis assistências em quinze jogos), justificando um lugar entre os favoritos para a conquista do galardão Golden Boy 2014.
Facto: Na ressaca da conquista do tetracampeonato mundial, a Alemanha tem sido até à data uma das principais desilusões da fase de apuramento para o Europeu 2016. A pretérita semana fica marcada por uma derrota na Polónia e por um empate caseiro frente à República da Irlanda. De resto, estes dois resultados nefastos atiraram os germânicos para a terceira posição do grupo D, fruto dos quatro pontos obtidos em três partidas. Ao fim de catorze anos a "Die mannschaft" voltou a perder um jogo referente a uma qualificação europeia. Este constitui indubitavelmente o pior começo dos alemães num torneio de apuramento em todo o seu historial.
Rui Vitória cumpre atualmente a quarta temporada em Guimarães. Depois de belos trabalhos realizados nos juniores do SL Benfica, no CD Fátima e no FC Paços de Ferreira, o técnico natural de Vila Franca de Xira foi recrutado numa fase muito precoce da época 2011/12 para substituir Manuel Machado no comando dos vimarenenses. A partir daí, a história é repetitiva e bem conhecida. A reestruturação financeira tem baixado anualmente o orçamento disponível de forma drástica, algo que dificilmente permite augurar grandes objetivos no plano teórico. Apesar das forçosas perdas de determinadas referências, Rui Vitória tem sido bastante perspicaz e paciente ao lidar com todas as dificuldades que se deparam no seu trajeto por terras minhotas. Mediante um leque bastante escasso de recursos, o treinador português não tem demonstrado qualquer receio em apostar regularmente nos talentos que emergem das camadas jovens. Desta forma, a cada época tem reinventado equipas, potenciado vários ativos (Tiago Rodrigues [ver perfil aqui], Ricardo Pereira ou Paulo Oliveira, entre outros) e alcançado performances consistentes.
Para 2014/15 a conjuntura não se diferenciou muito do passado recente. Jogadores como David Addy, Paulo Oliveira, André Santos, Leonel Olímpio e Marco Matias abandonaram no último defeso o Estádio D. Afonso Henriques. A política de contratações foi muito cautelosa e sobretudo voltada para a "prata da casa". Normalmente montado em 4-2-3-1 (com variações para 4-3-3 ou 4-4-2), o Vitória SC procura um modelo que se notabilize pelo espírito humilde e coletivo e por um futebol ofensivo que mescla capacidade de trabalho com técnica e irreverência. No fundo, uma equipa à imagem do seu treinador. Em termos individuais, destaque para a dupla consistente que tem sido formada no eixo defensivo pelo regressado Rodrigo Defendi e pelo promissor João Afonso (proveniente do Campeonato Nacional de Seniores, estreou-se recentemente a faturar no campeonato e denota grande tranquilidade com o esférico em seu poder). Uma referência a Moreno, central que tem obtido poucos minutos de utilização, mas cuja presença no balneário é imprescindível para que consiga transmitir aos jogadores de tenra idade a mística e a responsabilidade que representa vestir a camisola dos "conquistadores". Nas laterais (uma das principais lacunas na época transata), é de realçar a ascensão de Adama Traoré (competente nas tarefas defensivas) e de Bruno Gaspar (produto do Caixa Futebol Campus, denota boas qualidades tanto ofensiva como defensivamente), bem como a adaptação de Nii Plange (tem ganho novas rotinas). No setor intermediário reside a principal virtude do conjunto vitoriano. A bravura e a regularidade exibicional do capitão André André combinam com a segurança defensiva concedida por Cafú (evidenciou-se pela equipa B em 2013/14) e a irreverência técnica do 'número dez' africano Bernard Mensah, até à data uma das revelações da Liga Portuguesa 2014/15 (ver perfil aqui). No ataque, David Caiado (conta com várias passagens por clubes estrangeiros), Alex (grande margem de progressão) e Hernâni (um dos jogadores mais velozes do campeonato luso, capaz de cruzar com critério ou usar o seu drible para vencer duelos individuais) ocupam as faixas. Tomané (move-se com facilidade entrelinhas para favorecer o seu bom toque de bola em prol do coletivo) e Jonathan Álvez constituem a referência no eixo ofensivo. Apesar de tudo, é evidente a ausência de um ponta de lança que garanta mais de uma quinzena de golos por temporada.
Apontar como meta principal para a presente temporada um lugar na metade superior da tabela classificativa é um desafio perfeitamente ao alcance de Rui Vitória e do seu plantel. Para já, o início de temporada (dezassete pontos em oito jogos) vai revelando que a formação vimaranense pode surpreender com o decurso da época e, quiçá, almejar o regresso às competições da UEFA. Começar desta forma certamente dará bases para crescer no futuro. Porém, será necessário continuar a dosear muito bem as expetativas com a realidade competitiva e financeira na qual os vitorianos estão inseridos. No início de setembro, Rui Vitória foi considerado pelo suplemento "ExtraTime" do jornal italiano "La Gazzetta dello Sport" como um dos novos mágicos do futebol europeu. Figurou ao lado de treinadores como Gary Monk (Swansea City AFC), Roger Schmidt (Bayer 04 Leverkusen) e Willy Sagnol (FC Girondins de Bordeaux), de modo a valorizar o fantástico arranque de temporada que os referidos timoneiros apresentaram ao serviço dos seus respetivos conjuntos. O apelido "mágico" poderá soar de forma estranha a muitos adeptos, sobretudo aqueles que consideram o português como um treinador conservador. Apesar disso, um dado é inquestionável: Rui Vitória é o homem ideal para guiar os minhotos a mais uma campanha tranquila e já justifica a incorporação num clube com outras ambições.
Jovem Promessa: Hakan Çalhanoğlu. Nascido a oito de fevereiro de 1994 em Mannheim (cidade pertencente ao estado de Baden-Württemberg, no sudoeste da Alemanha), este jovem de vinte anos tem-se consolidado como um dos principais esteios do Bayer 04 Leverkusen em 2014/15. Proveniente de uma família com origens turcas, a carreira futebolística do médio iniciou-se em clubes modestos como 1. FC Turanspor Mannheim e Polizei SC Mannheim. Aos sete anos transitou para o SV Waldhof Mannheim, antes de ingressar nas camadas jovens do Karlsruher SC em 2009. Após obter presenças regulares nas equipas juvenil e júnior, Çalhanoğlu foi chamado a estagiar com a formação principal dos "blau-weiß" durante a pausa de inverno de 2011/12. Sob orientação do técnico norueguês Jørn Andersen, o turco debutou na 2. Bundesliga a cinco de fevereiro de 2012. Abrilhantou a sua estreia no escalão sénior com duas assistências, contribuindo para a reviravolta do seu clube frente ao FC Erzgebirge Aue. De resto, Hakan acabaria por somar catorze partidas durante a segunda metade da referida temporada. Contudo, não evitou a descida do Karlsruher SC à 3. Liga. Em agosto de 2012 Hakan Çalhanoğlu assinou um contrato válido por três anos com o Hamburger SV. Mesmo assim, o médio foi cedido por empréstimo ao clube que representara no exercício anterior, por forma a garantir minutos de jogo e elevar a sua maturidade competitiva. Assumiu a responsabilidade de envergar a camisola dez e encantou as bancadas do Wildparkstadion: dezassete golos e catorze assistências em trinta e nove jogos (dados distribuídos por 3. Liga e DFB Pokal). Conquistou o título referente à terceira divisão do futebol germânico e consagrou-se como o terceiro melhor jogador da prova. Regressado ao norte da Alemanha, Çalhanoğlu arrancou para mais uma temporada sedutora em termos individuais. Na 1. Bundesliga contabilizou onze tentos e quatro passes para golo em trinta e quatro encontros. O golo apontado na Imtech Arena em fevereiro de 2014 frente ao Borussia Dortmund constitui uma das suas imagens de marca: potência e colocação na execução de lances de bola parada. Numa temporada sublinhada pela desastrosa campanha dos "Die Rothosen", Çalhanoğlu foi um oásis num deserto de qualidade que assolou o único clube totalista de todas as edições do campeonato alemão. Assim, acabou por ser decisivo para que o Hamburger SV (que derrotara o SpVgg Greuther Fürth no play-off de despromoção) alcançasse a permanência na 1. Bundesliga. Finda a época transata, o centrocampista assinaria por cinco anos com o Bayer 04 Leverkusen, numa transferência que rondou sensivelmente os quinze milhões de euros. No plano internacional, Hakan Çalhanoğlu tem arrecadado várias presenças nas seleções turcas desde os U16. Apesar de possuir nacionalidade alemã, o jogador decidiu representar o país euro-asiático. Esteve presente no Campeonato do Mundo U20 2013, competição no qual apresentou duas assistências e um golo em quatro jogos (os turcos foram eliminados nos oitavos de final pela congénere francesa). Em setembro do mesmo ano estreou-se na seleção principal, em partida referente à zona europeia da fase de qualificação para o Mundial 2014. Sob orientação de Fatih Terim, Çalhanoğlu disputou os oito minutos finais na goleada por 5-0 sobre Andorra. Recentemente esteve ausente dos jogos relativos ao apuramento para o Europeu 2016 (tal como Ömer Toprak), devido a uma alegada ameaça à mão armada por parte de Gökhan Töre em outubro do pretérito ano civil. Médio ofensivo centro (pode atuar nas restantes posições do ataque), Hakan Çalhanoğlu destaca-se pela enorme qualidade técnica, exponenciada a partir do seu pé direito. Temível na cobrança de bolas paradas (pratica diariamente esta ação e assume que a sua inspiração provêm do visionamento de muitos vídeos), exibe um portentoso remate de meia distância, excelente capacidade de passe (curto e longo) e uma visão de jogo fora do comum. Joga e faz a equipa jogar (é um autêntico estratega), denotando bom toque de bola e pautando os ritmos do seu conjunto (desequilibra com facilidade). Contribui defensivamente e gosta de assumir ações de condução e finalização. No entanto, terá de evoluir na tomada de decisão (não são raras as vezes em que prefere arriscar individualmente do que oferecer o esférico a um companheiro melhor posicionado). Não é tão forte nos duelos aéreos (mede 176 cm) nem é um jogador muito veloz, pelo que necessita igualmente de aprimorar os seus atributos físicos (apenas 69 kg). A formação orientada por Roger Schmidt adquiriu uma das sensações da pretérita edição da 1. Bundesliga e certamente uma das futuras referências do futebol turco. A BayArena é o local mais indicado para que "o novo Mesut Özil" lapide as suas características e adquira experiência nas competições europeias. Entretanto, o seu começo de temporada tem sido promissor (quatro golos e seis assistências em quinze jogos), justificando um lugar entre os favoritos para a conquista do galardão Golden Boy 2014.
Facto: Na ressaca da conquista do tetracampeonato mundial, a Alemanha tem sido até à data uma das principais desilusões da fase de apuramento para o Europeu 2016. A pretérita semana fica marcada por uma derrota na Polónia e por um empate caseiro frente à República da Irlanda. De resto, estes dois resultados nefastos atiraram os germânicos para a terceira posição do grupo D, fruto dos quatro pontos obtidos em três partidas. Ao fim de catorze anos a "Die mannschaft" voltou a perder um jogo referente a uma qualificação europeia. Este constitui indubitavelmente o pior começo dos alemães num torneio de apuramento em todo o seu historial.
Frase: «O Real Madrid ganhou de maneira merecida. É uma derrota que deixa a ideia de que há adversários melhores que nós. Temos de superar os erros» - Luis Enrique, treinador do FC Barcelona, após a derrota consentida em pleno Santiago Bernabéu.
Artigo escrito por: Ricardo Ferreira
Imagens: zerozero.pt / record.xl.pt / vitoriasc.pt / bundesliga.com
Acredito que o Alvez pode ser o "matador" que o Vitoria precisava. Veremos se consegue atingir a tal marca dos 15 golos.
ResponderEliminarQuanto ao Çalhanoglu, jogador fantastico. Partilho da opiniao de que e um dos favoritos a conquista do premio Golden Boy 2014.