FC Penafiel vs Sporting CP (0-4)
Islam Slimani 69’ e 71’, Fredy Montero 82’ e Nani 85’
Partida complicada para o Sporting CP, que apesar do domínio quase total do jogo, só conseguiu chegar à vantagem já depois do equador da segunda parte. Os "leões" apresentaram-se com um bloco muito subido e com um maior capacidade para ter a bola, enquanto o FC Penafiel adotou a postura típica das equipas do seu calibre frente a um "grande". No entanto, o Sporting CP não conseguiu explanar o domínio territorial em grandes oportunidades de golo (a mais significativa até acaba por ser dos penafidelenses, com Guedes a desperdiçar em boa posição, após um erro de Naby Sarr). No segundo tempo as substituições de Marco Silva acabaram por dar frutos. Adrien Silva deu agressividade e critério de passe ao meio-campo leonino (é preponderante na equipa, sobretudo com William Carvalho num mau momento de forma), enquanto Fredy Montero veio criar outro tipo de dificuldades à equipa visitada. A jogar entrelinhas e no apoio ao ponta-de-lança, o colombiano foi a unidade livre do ataque leonino, permitindo tabelas com os extremos e abrindo outros espaços para Islam Slimani. Sensivelmente uma dezena de minutos após a vinda de Montero a jogo, o internacional argelino recebeu o primeiro cruzamento bem medido e não perdoou. A turma de Rui Quinta acabou por se desmoronar e em pouco tempo o Sporting CP construiu uma goleada. Destaque para Marco Silva (ganhou o jogo a partir do banco, sendo que mexeu mais cedo e acabou por ter sucesso), bem como para as exibições de Paulo Oliveira (ganhou todos os duelos no primeiro jogo como titular), Slimani (desbloqueou o jogo e mesmo a nível colectivo está mais participativo), Nani (a influência que tem na equipa é notória) e para as entradas de Montero (veremos como evoluirá após este regresso aos golos) e Adrien Silva, que revolucionaram o jogo. Por outro lado, o FC Penafiel mostrou-se uma equipa aguerrida e compacta, mas com um défice técnico preocupante para este nível competitivo. O trio atacante é bastante rápido mas pouco consequente, No entanto, a dupla Ferreira-Rafa merece nota positiva (anularam o meio-campo leonino, essencialmente na primeira parte).
FC Porto vs SC Braga (2-1)
Bruno Martins Indi 25' e Juan Fernando Quintero 59'; Zé Luís 32'
Excelente partida na cidade Invicta entre duas das melhores equipas portuguesas. Lopetegui voltou a apostar em Iván Marcano na 'posição seis' e recolocou Jackson no "onze", mas a verdade é que os primeiros quarenta e cinco minutos não entusiasmaram o tribunal do Dragão. Por sua vez, o SC Braga apresentou-se personalizado, organizado e sempre com a baliza na mira através das suas saídas rápidas. Apesar das dificuldades em reter a habitual posse de bola, os "dragões" abriram o marcador por intermédio de Martins Indi na sequência de um canto. Pouco depois, Zé Luís aproveitou um mau passe de Yacine Brahimi e alguma inoperância dos centrais portistas para restabelecer a igualdade. Até ao intervalo, o FC Porto acentuou a pressão, teve uma bola na barra (remate de Danilo) e um golo retirado em cima da linha por Aderlan Santos. O resultado não agradava e mais uma vez as substituições voltaram a ter o seu peso. Lopetegui retirou o adaptado Marcano (cumpre posicionalmente, mas com o empate a persistir são necessárias outras características naquela posição) e o desaparecido Herrera (voltou a estar em dia não) e lançou os jovens Rúben Neves e Quintero. O colombiano, como é apanágio, trouxe outra alegria ao jogo "azul e branco" e conseguiu desequilibrar. Após duas perdidas protagonizadas por Felipe Pardo e Rafa, o executante natural de Medellín fez o 2-1 num remate cruzado. Os "bracarenses" ainda dispuseram de algumas ocasiões para levar no mínimo um ponto (nomeadamente num livre ao poste de Santos), mas o resultado estava decidido. No lado "azul e branco", destaque para as exibições de Danilo (muito importante no apoio ao ataque), Brahimi (o homem ofensivo mais preponderante, embora nem sempre tenha decidido bem), Óliver (imprescindível no meio-campo) e Quintero (revolucionou com a sua qualidade técnica e criatividade, pedindo mais minutos ao treinador). Nos minhotos, Aderlan Santos e André Pinto realizaram uma partida competente no eixo defensivo. Danilo foi uma âncora no meio-campo, Tiba foi muito útil nos capítulos da retenção e transporte do esférico e Zé Luís voltou a lutar muito e marcar, tendo somado mais pontos na luta pela titularidade (a vida complica-se para Éder). Ainda assim, o SC Braga fica a dever a si próprio a obtenção de um resultado positivo neste jogo.
SL Benfica vs FC Arouca (4-0)
Anderson Talisca 75', Derley 80', Eduardo Salvio 83' e Jonas 88'
O SL Benfica deu seguimento ao bom arranque de campeonato somando a sua sexta vitória (quarta consecutiva), mantendo desta forma a vantagem pontual para os principais rivais. Porém, o resultado não espelha as dificuldades encontradas pelo campeão nacional frente a um FC Arouca bem organizado e que criou várias ocasiões para marcar. Artur Moraes vestiu a pele de herói numa primeira parte em que os encarnados apresentaram um nível paupérrimo (tal como tinha acontecido frente ao Moreirense FC). No segundo tempo os comandados de Jorge Jesus apresentaram maior intensidade e qualidade de jogo, mas só dentro do último quarto de hora conseguiram desbloquear o marcador (a partir do primeiro golo, tudo se tornou mais fácil). Tem sido um início de época atípico do Benfica, com alguma intermitência no setor defensivo e na própria qualidade de jogo, mas simultaneamente com altos índices de finalização e de pressão sobre os adversários. A paragem para os compromissos internacionais teoricamente surge num bom momento, permitindo assim a recuperação física de alguns jogadores. Nota para as boas exibições de Talisca e Derley (tem ganho pontos face a Lima) e para as entradas positivas de Ola John e Jonas. No arouquenses realçar a atitude positiva como encararam a partida, mas também a qualidade demonstrada por alguns dos seus intérpretes (Mauro Goicoechea revelou-se ágil e seguro na baliza, Nildo encheu o terreno e Artur evidenciou-se pela sua técnica e visão de jogo).
Lado B: Nas restantes partidas, o Vitória SC voltou às vitórias, subindo ao terceiro lugar da tabela classificativa, com Jonatan Álvez a assumir papel de destaque na equipa do Berço (bastante veloz, agressivo e com faro de golo) num duelo marcado pela expulsão de Philipe Sampaio e pelas debilidades técnicas evidenciadas pelo conjunto "axadrezado". Em Paços, continua a caminhada triunfal de Paulo Fonseca ao leme da equipa – em 37 jogos no campeonato ao serviço da equipa da Capital do Móvel, apenas perdeu com SL Benfica e FC Porto, um registo simplesmente sensacional – desta feita frente ao CS Marítimo. Bruno Moreira e Maazou bisaram, Edson Farias foi nuclear na reviravolta, enquanto a ala esquerda pacense continua em grande (com um Hélder Lopes revigorado em comparação com a época transata e Urreta a mostrar que é uma mais-valia para o clube). Académica e Moreirense FC anularam-se em Coimbra, num jogo pouco interessante (com os estudantes a nunca encontrarem maneira de transpor a organização da equipa de Miguel Leal) e o Gil Vicente FC continua sem ganhar, desta feita com um empate frente ao GD Estoril Praia (que apesar de vir em crescendo, continua longe dos patamares da era Marco Silva). Quem também não tem encontrado o rumo desejado é o CD Nacional, que se vem cimentado como principal desilusão do campeonato (e o conjunto na teoria até é mais forte do que o da época passada). Por fim, Belenenses e Vitória FC empataram a uma bola (com Domingos Paciência a reforçar a aposta em jogadores nacionais em detrimento de alguns nomes “sonantes” que chegaram ao Sado esta época, mas que pouco têm demonstrado para possuírem esse estatuto).
Equipa da Semana (4-3-3): Artur Moraes (SL Benfica); João Aurélio (CD Nacional), André Vilas Boas (Rio Ave FC), Aderlan Santos (SC Braga) e Jefferson (Sporting CP); Anderson Talisca (SL Benfica), André André (Vitória SC) e Filipe Gonçalves (GD Estoril Praia); Jonatan Álvez (Vitória SC), Islam Slimani (Sporting CP) e Bruno Moreira (FC Paços de Ferreira)
Equipa da Semana (4-3-3): Artur Moraes (SL Benfica); João Aurélio (CD Nacional), André Vilas Boas (Rio Ave FC), Aderlan Santos (SC Braga) e Jefferson (Sporting CP); Anderson Talisca (SL Benfica), André André (Vitória SC) e Filipe Gonçalves (GD Estoril Praia); Jonatan Álvez (Vitória SC), Islam Slimani (Sporting CP) e Bruno Moreira (FC Paços de Ferreira)
Artigo escrito por: Tiago Martins
Imagens: maisfutebol.iol.pt
Boa análise Tiago!
ResponderEliminarCorroboro a tua visão sobre o jogo do Benfica e também aquilo que tem sido o (atípico) início de temporada do meu clube. Penso que é de referir que o Lisandro, com tanto pouco tempo de jogo devido à atribulada pré-época que teve (lesões), vai mostrando bons pormenores no centro da defesa, apesar de um ou outro erro. Estou em crer que com o decorrer da temporada irá agarrar o lugar...
De resto, o Talisca vai evoluindo a olhos vistos, e quando o seu jogo ganhar consistência tática... Temos craque da cabeça aos pés. Isto apesar de o seu estilo não agradar a toda a gente.
Saudações.
Muito obrigado Luís!
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