22 de setembro de 2014

Rescaldos d'esféricos: PSG e Olympique Lyonnais - Um golpe que desnuda as feridas de um gigante milionário

Parc des Princes, sétima jornada da Ligue 1. O alinhamento ditava um encontro tradicionalmente grande mas presentemente mais desnivelado. A formação do PSG, assumida como a mais evidente candidata ao título e com um plantel bastante apetrechado, recebeu o Olympique Lyonnais, uma equipa que contraria o seu prestigiado histórico no início do presente século e que não se apresenta com o mesmo tipo de recursos. A igualdade de 1-1 não só expôs algumas debilidades do técnico parisiense Laurent Blanc mas também uma ponta de sorte que resultou numa ebulição emocional da equipa visitada após um domínio em termos de posse (63% após níveis próximos a 75% na primeira parte) a seu bel-prazer.

Com um primeiro período totalmente controlado pelo PSG e à procura de uma vantagem suficiente para garantir o triunfo, o golo foi conseguido por Edinson Cavani após um grande cruzamento do lateral esquerdo Lucas Digne e que perturbou o guardião português Anthony Lopes (que teve algumas hesitações durante o encontro) e os restantes companheiros. As individualidades faziam naturalmente a diferença aliadas a um coletivo já bem rotinado, com somente Yohan Cabaye a ter menos de um ano na formação da capital francesa, com Marco Verratti e Blaise Matuidi a conferir os equilíbrios devidos e a circulação de bola segura e pela certa e com Ezequiel Lavezzi e Edinson Cavani a colocar grandes sobressaltos aos laterais de Lyon, apesar do sueco Zlatan Ibrahimovic não conseguir colocar os seus argumentos de irreverência em campo, tendo sido algo incerto na finalização.

O momento chave que mudou o rumo da partida e que gerou algumas críticas às opções de Laurent Blanc foi abdicar da possibilidade de cimentar a curta vantagem e de trocar elementos de maior virtuosismo por outros de maior contenção e de menor capacidade de desequilíbrio (Yohan Cabaye deu o seu lugar a Thiago Motta e Ezequiel Lavezzi e Edinson Cavani foram poupados em detrimento de Lucas Moura e Javier Pastore. O PSG baixou os seus níveis de posse e baixou mais as linhas, dando azo a esperanças de alcançar o empate por parte dos pupilos de Hubert Fournier. As entradas do internacional camaronês Henri Bedimo e da eterna promessa do futebol francês Yohan Gourcuff deram outra dimensão ao futebol dos forasteiros, com estes a criar mais perigo e sobressaltos à linha defensiva da casa, com o guardião italiano Salvatore Sirigu a realizar duas intervenções de vulto. O golo dos visitantes acabaria por surgir por intermédio do defesa-central Samuel Umtiti, com a ajuda de um desvio do também central brasileiro Marquinhos, onde foi evidente alguma incoerência posicional e falhas ao nível da agressividade e da interpretação do lance.

A partida terminou com um evidente ascendente do Olympique Lyonnais, mostrando que abortar de consolidar o resultado por parte do PSG foi uma fatura bem cara de ser paga e esfumou-se a oportunidade dos parisienses de se destacarem na classificação. Com o segundo empate consecutivo, os atletas treinados por Blanc encontram-se no cinco posto, enquanto os de Fournier militam no 12º. Com um resultado que agrada mais aqueles que visitaram o reduto do Parc des Princes, o PSG ainda não encontrou o antídoto para atenuar lapsos que foram escassos na época passada, onde se exibiu de forma arrasadora época passada. Com uma regularidade inicial patenteada por parte de candidatos diretos como Olympique de Marseille (quatro vitórias consecutivas) ou FC Girondins de Bordeaux, esta Ligue 1 promete ser mais aliciante do que inicialmente se previa.

Artigo escrito por: Lucas Brandão
Imagens: sports.terra.com / uk.eurosport.yahoo.com

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