Parc des Princes, sétima jornada da Ligue 1.
O alinhamento ditava um encontro tradicionalmente grande mas presentemente mais
desnivelado. A formação do PSG, assumida como a mais evidente
candidata ao título e com um plantel bastante apetrechado, recebeu o Olympique Lyonnais, uma equipa que contraria o seu prestigiado histórico no início do presente
século e que não se apresenta com o mesmo tipo de recursos. A igualdade de 1-1
não só expôs algumas debilidades do técnico parisiense Laurent Blanc mas também
uma ponta de sorte que resultou numa ebulição emocional da equipa visitada após
um domínio em termos de posse (63% após níveis próximos a 75% na primeira
parte) a seu bel-prazer.
Com um primeiro período totalmente
controlado pelo PSG e à procura de uma vantagem suficiente para garantir o
triunfo, o golo foi conseguido por Edinson Cavani após um grande cruzamento do
lateral esquerdo Lucas Digne e que perturbou o guardião português Anthony Lopes
(que teve algumas hesitações durante o encontro) e os restantes companheiros.
As individualidades faziam naturalmente a diferença aliadas a um coletivo já
bem rotinado, com somente Yohan Cabaye a ter menos de um ano na formação da
capital francesa, com Marco Verratti e Blaise Matuidi a conferir os equilíbrios
devidos e a circulação de bola segura e pela certa e com Ezequiel Lavezzi e
Edinson Cavani a colocar grandes sobressaltos aos laterais de Lyon, apesar do
sueco Zlatan Ibrahimovic não conseguir colocar os seus argumentos de
irreverência em campo, tendo sido algo incerto na finalização.
O momento chave que mudou o rumo da partida
e que gerou algumas críticas às opções de Laurent Blanc foi abdicar da
possibilidade de cimentar a curta vantagem e de trocar elementos de maior
virtuosismo por outros de maior contenção e de menor capacidade de
desequilíbrio (Yohan Cabaye deu o seu lugar a Thiago Motta e Ezequiel Lavezzi e
Edinson Cavani foram poupados em detrimento de Lucas Moura e Javier Pastore. O
PSG baixou os seus níveis de posse e baixou mais as linhas, dando azo a
esperanças de alcançar o empate por parte dos pupilos de Hubert Fournier. As
entradas do internacional camaronês Henri Bedimo e da eterna promessa do
futebol francês Yohan Gourcuff deram outra dimensão ao futebol dos forasteiros,
com estes a criar mais perigo e sobressaltos à linha defensiva da casa, com o
guardião italiano Salvatore Sirigu a realizar duas intervenções de vulto. O
golo dos visitantes acabaria por surgir por intermédio do defesa-central Samuel
Umtiti, com a ajuda de um desvio do também central brasileiro Marquinhos, onde
foi evidente alguma incoerência posicional e falhas ao nível da agressividade e
da interpretação do lance.
A partida terminou com um evidente
ascendente do Olympique Lyonnais, mostrando que abortar de consolidar o resultado por parte
do PSG foi uma fatura bem cara de ser paga e esfumou-se a oportunidade dos
parisienses de se destacarem na classificação. Com o segundo empate
consecutivo, os atletas treinados por Blanc encontram-se no cinco posto,
enquanto os de Fournier militam no 12º. Com um resultado que agrada mais
aqueles que visitaram o reduto do Parc des Princes, o PSG ainda
não encontrou o antídoto para atenuar lapsos que foram escassos na época
passada, onde se exibiu de forma arrasadora época passada. Com uma regularidade
inicial patenteada por parte de candidatos diretos como Olympique de Marseille (quatro vitórias
consecutivas) ou FC Girondins de Bordeaux, esta Ligue 1 promete ser mais aliciante do que
inicialmente se previa.
Artigo escrito por: Lucas Brandão
Imagens: sports.terra.com / uk.eurosport.yahoo.com
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