Há pouco mais de um ano Pedro Tiba era um ilustre desconhecido
para a maioria dos adeptos que acompanham o mundo do futebol. Uma carreira modesta, feita em
clubes não profissionais, não o impediu de chamar a atenção dos clubes da primeira divisão, nomeadamente do Vitória FC, então treinado por José Mota. O “salto”
previa-se complicado e, de facto, a adaptação inicial não correu da melhor
maneira e Tiba raramente foi opção. Com a saída de José Mota do comando técnico
dos sadinos, acendeu-se uma luz de esperança e José, o Couceiro, viria a
tornar-se num elemento chave para ascensão de Pedro Tiba. Inicialmente
contratado como um médio ofensivo ou extremo, Couceiro viu no jogador natural
de Arcos de Valdevez características de um box-to-box e a adaptação ao lugar
não poderia ter corrido da melhor maneira. Tiba fixou-se no "onze" dos sadinos e
formou um meio-campo de luxo com Dani (jogador bastante experimentado e
titulado) e João Mário (a nova coqueluche do Sporting CP), sendo que essas boas exibições,
tanto individuais como coletivas (o Vitória FC jogava de forma muito
entusiasmante), colocaram-no nas capas dos jornais, sendo declarado como um
possível alvo dos três grandes, nomeadamente os dois de Lisboa.
O SC Braga viria
a intrometer-se nesta luta e levou a melhor. Poucas exibições chegaram para
convencer Paulo Bento, antigo selecionador nacional, de que Tiba faria parte de
uma nova geração do futebol nacional, até porque são raras as suas
características no panorama do futebol nacional. Um médio rápido, relativamente alto
(182 cm), muito forte no transporte de bola, intenso, dinâmico, forte na pressão
e recuperação de bola e ainda com capacidade para aparecer em zonas de
finalização ou para aplicar o seu forte remate de meia distância. Tem algumas
lacunas ao nível do passe, mas mesmo nesse capítulo tem evoluído, bem como na
capacidade para ocupar os espaços na ajuda ao médio defensivo. Diria que
estamos na presença de um novo ou de um “mini-Enzo Pérez”. Por outro lado, Paulo
Bento saiu do comando técnico da seleção, mas certamente Fernando Santos
está atento à progressão do médio de vinte e seis anos, sobretudo depois das suas últimas
exibições frente a FC Porto e SL Benfica. Na verdade, parecem não restar muitas
dúvidas de que estamos na presença do melhor jogador do SC Braga e do
box-to-box em melhor forma no futebol português. Adrien não é um box-to-box
puro, Herrera varia entre o oito e o oitenta e Enzo Pérez tem estado a anos-luz daquilo que deve e sabe fazer (ainda não vimos o mesmo Enzo da época passada). Sendo assim,
é bastante provável que tenha lugar na próxima convocatória da "seleção das quinas" e que, caso mantenha este rendimento exibicional, venha a ser alvo de cobiça dos três grandes do futebol português ou de clubes estrangeiros com outro tipo de
capacidade financeira.
Artigo escrito por: Rodrigo Ferreira
Imagem: desporto.sapo.pt
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