FC Arouca vs FC Porto (0-5)
Juan Fernando Quintero 24’, Jackson Martínez 26’ e 60’, Casemiro 39’ e Vincent Aboubakar 87’
Vitória tranquila do FC Porto em Arouca. Lopetegui fez menos alterações do que é habitual (“castigou” apenas Maicon pelas últimas exibições e apostou em Marcano, trazendo de novo Martins Indi, Alex Sandro e Brahimi para o "onze"), sendo que os azuis e brancos não tiveram grande dificuldade em levar de vencido um frágil conjunto arouquense. A equipa de Pedro Emanuel até entrou bem na partida (bloco alto, equipa a pressionar e sem deixar o FC Porto jogar) e Fabiano evitou aos 10’ o golo de André Claro, num lance iniciado após erro de Marcano na saída de bola. A partir daí, só deu FC Porto. Os "dragões" começaram a ter um maior controlo da posse de bola e facilmente entravam no último terço de terreno. Aos 24’, Quintero (Lopetegui parece querer apostar forte no colombiano nesta fase) teve espaço fora da área e não desperdiçou (a bola raspa ainda num defesa arouquense). O Arouca praticamente nem teve tempo para reagir e logo de seguida Jackson aumentou a contagem, num lance onde Brahimi fez o que quis da defesa contrária. Os visitados não conseguiam sair do seu meio-campo defensivo e, num canto, Casemiro fixou o resultado ao intervalo em 3-0. Na segunda parte Pedro Emanuel lançou Roberto, mas apesar de alguma reação da equipa caseira, o jogou não mudou de toada. Aos 61’, “Cha Cha Cha” bisou, numa jogada onde foi visível os estragos que Tello pode fazer com a sua velocidade e, após alguns falhanços (Herrera desperdiçou alguns lances e Quintero atirou à barra), o FC Porto estabeleceu o resultado final em 5-0 (passe de Quaresma, lançado na etapa complementar, e golo de Aboubakar). Destaque para as exibições de Quintero (o criativo colombiano dá outro tipo de soluções ao meio-campo ofensivo dos dragões, sendo que Lopetegui parece querer aproveitar o bom momento de forma do “Maradoninha”), Jackson Martínez (eficaz como de costume e muito forte a jogar de costas para a baliza), Fabiano (resolveu quando foi chamado) e Brahimi (crucial naqueles quinze minutos diabólicos dos nortenhos). Quaresma entrou bem na partida (uma assistência) e Aboubakar voltou a faturar (sabe que é muito difícil roubar o lugar a Jackson, mas é importante que vá tendo oportunidades e, se possível, vá marcando para manter os índices motivacionais em alta). Do outro lado, o FC Arouca entrou bem, mas revelou-se muito tenrinho perante um oponente com tantas armas ofensivas de qualidade. A ausência de um '6' foi notória nesta partida (jogar apenas com Bruno Amaro e David Simão na ajuda à defesa é curto), sendo que os laterais sofreram bastante com os alas contrários e os centrais foram facilmente batidos nos cruzamentos. Roberto ainda agitou, mas, de facto, pouco haveria a fazer perante um FC Porto tão forte e com tanto talento individual.
Sporting CP vs CS Marítimo (4-2)
Patrick Bauer (ag) 8’, João Mário 15’, Paulo Oliveira 42’ e Fredy Montero 66’; Moussa Maazou 50’ e 54’
Jogo muito vivo em Alvalade, mas que ao intervalo parecia resolvido. O Sporting CP nem entrou muito bem na partida, mas num lance infeliz do central Bauer acabou por inaugurar o marcador. Ainda com a imagem de Gelsenkirchen bem presente, os jogadores não acusaram o desgaste físico e mental e rapidamente chegaram ao 2-0. João Mário desmarcou-se muito bem na área e finalizou de forma certeira um belo passe de Nani. O CS Marítimo ia tentando chegar ao golo (entravam com muita facilidade no meio-campo ofensivo leonino), mas foi Fredy Montero a desperdiçar o 3-0. Pouco depois Alex Soares não conseguiu marcar e perto do intervalo Paulo Oliveira aumentou a contagem no marcador, respondendo, com um cabeceamento certeiro, a um canto apontado por Nani. Tudo indicava que o segundo tempo seria tranquilo para as hostes leoninas, mas a verdade é que uma entrada muito passiva dos visitados permitiu a reacção insular. Maazou marcou logo no reinício (Patrício mal batido) e, de seguida, o guardião da selecção nacional evitou que Alex Soares marcasse. De pouco valeu esse esforço, já que Maazou, aos 54’, viria mesmo a colocar o marcador em 3-2 (uma bomba), num lance onde Maurício (“sem pernas”) e Patrício ficaram mal no retrato. Com este resultado os fantasmas de um mau resultado pairaram sobre Alvalade e a equipa ficou claramente nervosa (sucessão de perdas de bola e maus passes). No entanto, após Carrillo ter falhado um golo de baliza aberta, Fredy Montero viria a descansar os adeptos com um golo de belo efeito (remate acrobático). Até final, destaque para mais um lance de Maazou (Patrício negou o golo) e para um remate à barra de Nani na execução de um livre directo, sendo que o resultado não mais se alterou. Destaque para o regresso do Sporting CP às vitórias em Alvalade (e logo numa jornada em que o SL Benfica perdeu), bem como para as exibições de Nani (tudo o que faz é bem feito, é notória a sua preponderância no jogo da equipa e a forma como desequilibra com a sua experiência e qualidade técnica), de Paulo Oliveira (tem crescido bastante desde que começou a jogar e parece estar de “pedra e cal” no "onze", sendo que a sua colocação como central do lado direito foi benéfica) e João Mário (cada vez mais um titular absoluto desta equipa, tal é a sua qualidade na circulação de bola e cada vez maior capacidade para pressionar e ocupar os espaços, sendo que desta vez até marcou). Por outro lado, o CS Marítimo sai de Alvalade derrotado, mas com um certo amargo de boca. Não fossem os erros defensivos e algum desacerto na finalização (nomeadamente na etapa inicial) e o resultado poderia ter sido outro. Destaque para o grande jogo de Maazou (já está no grupo dos melhores marcadores com sete golos, é um poço de força na frente de ataque, sendo que os defesas leoninos nunca conseguiram encontrar o antídoto para o parar), de Ibrahim (a sua técnica faz a diferença), Alex Soares (qualidade técnica e muita capacidade de combate) e Danilo (imperial nos duelos, muita capacidade física).
SC Braga vs SL Benfica (2-1)
Éder 28’ e Salvador Agra 81’; Anderson Talisca 2’
Grande jogo na Pedreira entre duas das melhores equipas do futebol português. Na ressaca europeia, o SL Benfica entrou muito bem no jogo e Talisca abriu o ativo ao passar do minuto 2’, após passe de Eliseu. Parecia o primeiro passo para uma vitória dos comandados de Jorge Jesus, tal foi o domínio na fase inicial (Lima desperdiçou o 2-0), mas a verdade é que o SC Braga não se atemorizou com o golo sofrido e aos poucos foi equilibrando a partida. O jogo partiu -se e num lance de contra-ataque puro os bracarenses chegaram à igualdade. Na melhor jogada do encontro e numa das mais bonitas do campeonato, Tiba recupera a bola, coloca Pardo que rapidamente assiste Éder para o 1-1. Após o golo, os "guerreiros do minho" assumiram o controlo do jogo e superiorizaram-se em campo. Danilo, Tiba e Ruben Micael controlavam o meio-campo, sendo que Artur foi chamado a intervir por diversas ocasiões. Jorge Jesus lançou Jonas aos 60’ para ter outro tipo de soluções ofensivas (retirou o apagado Samaris), mas a verdade é que a equipa de Sérgio Conceição continuou a ser mais forte coletivamente. “Éderzito” vacilou na cara de Artur, mas pouco depois Salvador Agra, extremo lançado por Sérgio Conceição durante o jogo, colocou o SC Braga em vantagem, através de um remate forte e colocado. A partir do golo os encarnados assumiu o controlo das operações e por pouco não conseguiu o empate. Danilo foi expulso aos 90’, num lance em que se envolveu com Enzo Pérez (Sérgio Conceição também viu o resto do jogo junto dos adeptos), mas um super Matheus segurou os 3 pontos em casa para o SC Braga (duas defesas extraordinárias a fechar o encontro). Destaque claro para a primeira derrota do SL Benfica no campeonato, num jogo onde o cansaço físico após uma jornada europeia foi evidente (Talisca, Salvio, Gaitán ou Maxi Pereira não estiveram com a mesma capacidade, nomeadamente na segunda parte) e onde as opções do seu treinador (gastou apenas uma substituição) também contribuíram para o desaire (a não inclusão de Jonas no "onze" fez pouco sentido, assim como a não aposta em André Almeida, seja de inicio ou durante a partida, uma vez que é o médio defensivo que mais garantias oferece aos encarnados neste momento). Por outro lado, os minhotos realizaram uma excelente exibição e mereceram claramente a vitória (não fossem outros desaires e o SC Braga poderia estar intrometido nos primeiros lugares da tabela classificativa). Destaque para o grande jogo de Matheus (três ou quatro defesas de grande nível), bem como para a excelente exibição do trio de meio-campo. Danilo foi um pêndulo (assim que começou a pressionar mais alto a equipa subiu de produção), Pedro Tiba foi importantíssimo nas saídas para o contra-ataque e na ocupação de espaços, enquanto que o Ruben Micael deu qualidade à circulação de bola e ainda ajudou defensivamente. Éder voltou a facturar, o Pardo foi um quebra-cabeças para os laterais adversários e o Salvador Agra foi o homem do jogo ao consumar a reviravolta no marcador (parece que só rende com Sérgio Conceição).
Lado B: Em relação aos restantes jogos, destaque para o triunfo do Vitória SC no Estádio do Bonfim. Os minhotos continuam a sua caminhada de sucesso neste campeonato (permanecem no terceiro lugar), numa partida em que o jovem central João Afonso (incrível o seu crescimento) foi o herói. Na próxima jornada o D. Afonso Henriques recebe um jogo grande (os vimaranenses defrontam o Sporting CP), naquele que será mais um grande teste à equipa de Rui Vitória. Em evidência estão também FC Paços de Ferreira, Rio Ave FC e CF «Os Belenenses», equipas que voltaram a conquistar os três pontos. Os pacenses foram ao Bessa garantir mais uma vitória, tendo os golos sido marcados por Edson Farías (um quebra-cabeças para os adversários) e Bruno Moreira (tem somado muitos minutos esta época e tem correspondido com golos). Uchebo (um dos mundialistas da formação de Petit) ainda deu algum alento aos "axadrezados", mas a vitória seria mesmo conquistada pelos homens da Capital do Móvel. Em Vila do Conde, o Rio Ave regressou às vitórias (não venciam desde um de Setembro), num jogo com muita emoção. Diego Lopes e Ukra adiantaram os da casa, mas os vilacondenses permitiram a reacção dos pupilos de Rui Quinta (Ferreira e Guedes, este último na conversão de uma grande penalidade, empataram a partida). No entanto, Hassan marcaria poucos minutos depois e garantia assim os três pontos para a equipa de Pedro Martins. Mais a Sul, o CF «Os Belenenses» foi ao terreno do GD Estoril Praia conquistar mais três importantes pontos. Miguel Rosa inaugurou o marcador num bom remate à entrada da área, mas o Estoril reagiu e conseguiu o empate aos 57’, num golo inventado por Kléber. No entanto, os forasteiros não se deram satisfeitos com o empate e Deyverson, através de um remate cruzado de pé esquerdo, garantiu a vitória para os azuis do Restelo. Esta vitória tem o condão extra de colocar maior pressão sobre os ombros de José Couceiro. A herança na equipa da Linha era muito pesada e o técnico dos estorilistas não está a conseguir dar a volta aos maus resultados. Com vida difícil está igualmente Paulo Sérgio. A Académica continua com graves problemas de finalização (desperdiçaram, inclusive, uma grande penalidade) e voltou às derrotas, na Choupana. Marco Matias garantiu a vitória da equipa insular, sendo que era absolutamente crucial para Manuel Machado vencer esta partida. Por sua vez, os estudantes tem vida difícil nas próximas jornadas, uma vez que se avizinham receções a SC Braga, SL Benfica e FC Porto. Por fim, o Moreirense FC (campeonato tranquilo até ao momento) agravou a crise do lanterna vermelha Gil Vicente FC. Gerso abriu o ativo através de um golo extraordinário e Arsénio estabeleceu o resultado final. Prevêem-se muitas dificuldades para José Mota conseguir reerguer os galos de Barcelos, enquanto os cónegos apresentam argumentos para garantir rapidamente a manutenção na primeira liga.
Equipa da Semana (4-4-2): Matheus (SC Braga); Bruno Gaspar (Vitória SC), Paulo Oliveira (Sporting CP), João Afonso (Vitória SC) e Tiago Gomes (SC Braga); Nani (Sporting CP), Pedro Tiba (SC Braga), Juan Fernando Quintero (FC Porto) e Gerso (Moreirense FC); Jackson Martínez (FC Porto) e Moussa Maazou (CS Marítimo)
Artigo escrito por: Rodrigo Ferreira
Imagens: maisfutebol.iol.pt / zerozero.pt
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