2 de fevereiro de 2014

Mundial 2014: Croácia - Haverá um regresso à geração que encantou o mundo em 1998?

Grupo A: Croácia

Calendário de Jogos:

Jornada 1: 12 de junho
Brasil vs Croácia (17h00 - São Paulo)

Jornada 2: 18 de junho
Camarões vs Croácia (18h00 - Manaus)

Jornada 3: 23 de junho
Croácia vs México (17h00 - Recife)

Nota: os horários apresentados correspondem ao horário do início das partidas nas diferentes cidades brasileiras.

Análise da Seleção:

Croácia: Nome: Hrvatski Nogometni Savez
Confederação: UEFA (Europa)
Participações em Campeonatos do Mundo: 3 (1998, 2002 e 2006)
Melhor Classificação: terceiro lugar em 1998
Jogador com mais internacionalizações: Darijo Srna (104)
Jogador com mais golos: Davor Šuker (45)
Ranking FIFA/Coca-Cola: 16º (segundo a atualização de dezasseis de janeiro)

Desde o desmembramento da antiga Jugoslávia em 1992, a Croácia veio evoluindo progressivamente em termos de organização do seu futebol. Os croatas tiveram uma excelente "geração de ouro"nos finais da década de noventa do século passado, na qual pontificaram nomes como Slaven Bilić, Dario Šimić, Zvonimir Boban, Robert Jarni ou Davor Šuker e que teve como resultados os quartos de final do Euro 1996 e o terceiro lugar no Mundial 1998. A Croácia é uma seleção imprevisível, capaz do melhor e do pior. Com Bilić ao comando (2006-2012), os balcãs chegaram a ter alguma consistência, embora a ausência do torneio disputado na África do Sul tenha tido repercussões negativas, já que foi a primeira vez que os croatas falharam a fase final de um campeonato do mundo desde a sua independência. O reinado do guitarrista da banda de rock "Rawbau" chegou ao fim em 2012, depois de uma prestação agridoce no Europeu realizado na Polónia e na Ucrânia. Para o Mundial 2014, a seleção axadrezada aparece com alguns talentos individuais e com algum trabalho pela frente naquilo que se refere à formação de um coletivo sólido. O objetivo passa naturalmente por alcançar as eliminatórias finais, sendo que o jogo referente à terceira e última jornada com o México poderá ser decisivo nas contas da atribuição do segundo lugar.

O apuramento dos croatas foi algo titubeante, já que pela frente encontraram um grupo no qual estavam presentes seleções como a Bélgica e a Sérvia. A Croácia ficou no segundo lugar do grupo A da zona europeia de qualificação para o Mundial 2014, a nove pontos dos belgas. A seleção balcã entrou muito forte, tendo conquistado dezasseis pontos em dezoito possíveis nos primeiros jogos. Porém, o seu afastamento face à equipa de Marc Wilmots deveu-se aos últimos quatro jogos, que redundaram em três derrotas e um empate. Perante os últimos resultados, o presidente da federação croata Davor Šuker (antigo internacional daquele país, galardoado como o melhor marcador do Mundial 1998) resolveu cessar o contrato Igor Štimac e promover Niko Kovač (que se encontrava na selção de esperanças da Croácia) a treinador interino, de modo a guiar o seu país no play-off contra a Islândia. 

A estrela da companhia: Nome: Luka Modrić
Data de Nascimento: nove de setembro de 1985 (28 anos)
Naturalidade: Zadar, Jugoslávia
Internacionalizações (Golos): 72 (8)
Carreira: GNK Dinamo Zagreb (2002-2008), HSK Zrinjski Mostar (2003-2004), NK Inter Zaprešic (2004-2005), Tottenham Hotspur FC (2008-2012) e Real Madrid CF (desde 2012)
Títulos: 3 Prva HNL (2005/06, 2006/07 e 2007/08), 2 Nogometni Kup (2006/07 e 2007/08), Superkup (2006) e Supercopa de España (2012)

Médio centro de raiz (pode atuar também como médio defensivo ou ofensivo), este destro (apesar de jogar muito bem com o pé canhoto) tem aprimorado as suas qualidades sob o ponto de vista defensivo desde a chagada ao Santiago Bernabéu. Com uma excelente capacidade de passe (a curta ou longa distância), Modrić é um jogador bastante ágil e equilibrado. é um distribuidor de jogo por natureza, apresentando uma visão de jogo fora do comum. Tem um bom remate de meia distância, alguma técnica que lhe permite tirar vantagem nos duelos individuais e um controlo de bola notável. Um joagdor cerebral e que comanda todo o jogo da sua seleção.

Treinador: Capitão da seleção croata entre 2004 e 2009, Niko Kovač foi o homem escolhido pela federação daquele país para a fase final do Mundial 2014. Depois de uma carreira internacional com alguns registos interessantes, o técnico alemão (de naturalidade, já que possui origens croatas) trouxe uma lufada de ar fresco a uma formação em que as individualidades teimavam em se sobrepor ao coletivo. Além disso, criou uma boa relação com os adeptos, epla sua paixão e conhecimento do jogo. Um aspeto bastante importante: a carreira de Kovač como treinador principal é bastante curta. Iniciou na equipa B do FC Red Bull Salzburg, transitou rapidamente para a equipa principal dos austríacos (assumindo as funções de adjunto) e só no ano passado chegou à Croácia. Pela seleção de U21, somou quatro vitórias na qualificação para o Europeu do próximo ano, com um saldo de 13-0 em golos. Chegou à seleção principal em meados de outubro e obteve um empate e uma vitória no duplo-confronto com a Islândia, algo que valeu aos balcãs o passaporte para o Brasil no próximo mês de junho. Devido à experiência muito positiva com a equipa de esperanças, é de prever que haja algum aproveitamento de certos jovens para o torneio do Brasil, no sentido de preparar a seleção para o fuuro a médio e longo prazo. 

Lista de selecionáveis: Guarda redes: Stipe Pletikosa (FK Rostov), Danijel Subašić (AS Monaco FC), Ivan Kelava (Udinese Calcio) e Lovre Kalinić (HNK Hajduk Split)

Defesas: Darijo Srna (FC Shakhtar Donetsk), Sime Vrsaljko (Genoa CFC), Domagoj Vida (FC Dynamo Kyiv), Dejan Lovren (Southampton FC), Gordon Schildenfeld (Panathinaikos AO), Vedran Ćorluka (FK Lokomotiv Moskva), Ivan Strinić (FC Dnipro Dnipropetrovsk) e Danijel Pranjić (Panathinaikos AO)

Médios: Mateo Kovačić (FC Internazionale Milano), Ognjen Vukojević (FC Spartak Moskva), Josip Radošević (SSC Napoli), Luka Modrić (Real Madrid CF), Milan Badelj (Hamburger SV), Ivan Rakitic (Sevilla FC), Niko Kranjcar (QPR), Mate Maleš (HNK Rijeka), Sammir (GNK Dinamo Zagreb), Ivo Ilicevic (Hamburger SV) e Ivan Perišić (VfL Wolfsburg) 

Avançados: Mario Mandžukić (FC Bayern Munich), Ante Rebic (ACF Fiorentina), Eduardo da Silva (FC Shakhtar Donetsk), Nikica Jelavić (Hull City AFC), Ivica Olić (VfL Wolfsburg), Leon Benko (HNK Rijeka) e Nikola Kalinić (FC Dnipro Dnipropetrovsk)

Formação Tática: no jogo referente à segunda mão do play-off com a Islândia (vitória por 2-0), Kovač utilizou um tradicional 4-2-3-1, com Modrić e Rakitic a formarem a dupla de médios interiores e Olić a descair para o flanco esquerdo. O jogo ficou marcado pela expulsão de Mandžukić ainda no primeiro tempo, um aspeto que forçou certas alterações. Durante a qualificação, Štimac usou o 3-5-2 e o 4-4-2 (clássico e losango), pelo que estes poderão ser sistemas alternativos implementados pelos croatas no campeonato do mundo. 

Josip Šimunić não estará no Brasil (cumpre uma sanção de dez jogos pelo uso nos festejos do apuramento de gestos e cânticos que eram usados aquando da aliança da Croácia à Alemanha de Adolf Hitler), ao passo que Mandžukić falhará o jogo inaugural com o Brasil por estar a cumprir um jogo de suspensão. Há um bom tratamento da bola por parte dos três homens que compõem o meio campo. Ainda assim, atenção às possíveis entradas de Vukojević e Badelj na equipa caso o selecionador pretenda colocar alguém à frente dos defesas, funcionando como médio defensivo e libertando o talento e a criatividade de jogadores como Modrić e Rakitic. O ponta de lança costuma movimentar-se bastante, servido-se dos passes em rutura para finalizar. Já os dois laterais possuem uma boa propensão ofensiva, surgindo nas zonas exteriores para apoiar os extremos (Srna possui qualidade na execução de bolas paradas). No entanto, o facto de os alas atacarem com frequência deixa a equipa demasiado exposta face a contra-ataques adversários. Como tal, há muito trabalho pela frente, sobretudo a nível defensivo. O tempo é pouco e Kovač terá de aproveitar os jogos amigáveis até ao início do torneio para tentar corrigir alguns defeitos. Há bastantes certezas quanto à convocatória final, mas poderão existir surpresas (sobretudo naquilo que se refere aos jogadores da seleção de esperanças). 

Para finalizar, a Croácia é uma equipa que se baseia em alguma experiência, sendo que um dos seus grandes defeitos é a agressividade imposta em campo. Por vezes, isso resulta em vários cartões que poderão ser um problema (sobretudo se esta seleção passar a primeira fase). Como já dissemos anteriormente, os croatas são dotados de uma formação que peca pela inconsistência, constituindo uma verdadeira dúvida perceber em que forma se apresentará no campeonato mundial. 

Artigo escrito por: Ricardo Ferreira
Imagens: sport.hrt.hr / bleacherreport.com / uefa.com / zimbio.com

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