8 de março de 2014

Crónica Saturnina: A chave do sucesso do Liverpool

  Nesta segunda edição da Crónica Saturnina, será exposta a época bastante positiva que a equipa do Liverpool, que milita na Premier League, e treinada pelo britânico Brendan Rodgers tem vindo a realizar.  Com a formação arredada de todas as taças internas e não tendo de disputar nenhum compromisso europeu (após o fracasso da época transata), os focos da equipa da cidade dos Beatles tem sido para a Liga, onde a tabela classificativa fala por si, posicionando-se num 2º lugar com 59 pontos e com apenas 4 pontos de desvantagem face aos líderes do Chelsea. 

   O mercado de transferências de verão foi bastante agitado para a formação da “Kop”, conotação atribuída à enérgica claque dos reds, com a venda de alguns dos elementos que tardavam em se afirmar nas opções iniciais e que, não rendendo o suficiente, acabaram por ser uma objeção a um figurino positivo, sendo entre eles os ingleses Andy Carroll (que custou mais de 40 milhões de libras), Jay Spearing e Stewart Downing. No meio de toda esta conjuntura, um dos grandes ícones da massa associativa, o central Jamie Carragher anunciou a sua retirada. Com esta grande perda, houve a necessidade de acrescentar vários valores defensivos que permitissem a tranquilidade necessária para lapidarem totalmente o poder ofensivo composto pelo brasileiro Phillipe Coutinho (uma grande promessa do clube), pelo inglês Daniel Sturridge e pelo grande goleador uruguaio Luís Suárez. Os valores defensivos contratados foram o francês Mamadou Sakho, o costa-marfinense Kolo Touré e, por empréstimo, o lateral francês Aly Cissokho (que já representou o FC Porto), para além de um guarda-redes de potencial mas já com créditos firmados para colmatar a inconsistência fornecida por Pepe Reina (este acabou emprestado ao Nápoles, treinado pelo técnico que levou a última Liga dos Campeões para Liverpool na história destes), sendo um belga de nome Simon Mignolet. Com as debilidades defensivas colmatadas e com alguns investimentos de futuro (incluindo o ex-central do Sporting Tiago Ilori), imbuídos no espírito da “Kop”, o Liverpool estava pronto para surpreender.

   Apesar de um desempenho bastante medíocre nas taças, tanto na FA Cup (eliminados na 3ª ronda por um Arsenal ferido no seu orgulho após serem massacrados em Anfield Road por 5-1) como na Taça da Liga (caíram perante um Manchester United que ainda não dispunha de um momento instável), os críticos cada vez mais engrossam os seus elogios face ao futebol exibido pela formação treinada por Brendan Rodgers e que se repercute na consistência exibida ao longo desta Liga, não sentenciando as contas da vitória nesta, e nos 73 golos apontados, afirmando-se contundentemente como o melhor ataque, muito graças à diabólica dupla de Luís Suárez (24 golos) e Daniel Sturridge (18).

   Com uma defesa sólida (Martin Skrtel e Daniel Agger firmam-se como uma dupla sólida sustentada na segurança e apoio ofensivo dos laterais Aly Cissokho e Glen Johnson ou Mamadou Sakho, com Simon Mignolet a dar todas as garantias a defender a baliza red), um meio-campo equilibrado e esforçado (onde pontifica o ícone da massa associativa desta década, de nome Steven Gerrard, que parece rejuvenescer a cada jogo que faz, com a explosão do talento de Jordan Henderson aliado aos processos metódicos de Lucas Leiva e de Raheem Sterling que permitem a emancipação do virtuosismo de Phillipe Coutinho, uma das grandes esperanças do clube) e de um ataque voraz, Brendan Rodgers (um treinador jovem e ambicioso, que beneficiou de uma estrutura sólida para montar uma dinâmica de ataque e uma cultura de vitória em torno da sua formação) parece ter à sua disposição um plantel que lhe dá garantias para um futuro risonho, tanto a nível interno como em compromissos europeus que podem estar para vir na próxima época. Os fãs que frequentam Anfield Road, passado um calvário de instabilidade exibicional e de resultados nos últimos anos, parecem ganhar alento. E o sonho de vencer a Premier League que escapa há 24 anos não é esquecido, com a massa associativa a acreditar  que pode ser esta a sua época de sonho.

Artigo escrito por: Lucas Brandão
Imagens: squawka.com / theguardian.com

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