Reflexão: Finalizado o Campeonato da Europa U19 na Hungria, abre-se espaço para algumas notas. Portugal chegou à final da competição, tendo perdido pela margem mínima frente à congénere germânica. Focando na seleção orientada por Hélio Sousa, há que destacar algumas individualidades.
Desde logo iniciando pelo guarda-redes André Moreira, bastante seguro e tranquilo entre os postes. Os três golos sofridos e a excelente exibição frente à Alemanha atestam o potencial do jogador do GD Ribeirão. Passando ao setor defensivo, realçar a qualidade na saída de bola, no posicionamento e no jogo aéreo da dupla João Nunes/Domingos Duarte, a propensão ofensiva de Rafa (oferece largura e profundidade através de um pé esquerdo com muita qualidade, sendo igualmente forte no jogo exterior e interior) e o posicionamento de Mauro Ricquicho (relembrar que o jogador do Sporting CP iniciou a sua formação como extremo direito, mas tem-se fixado como lateral dessa mesma faixa). Quanto ao meio-campo, Hélio Sousa deu primazia a um triângulo que tentava aproveitar a criatividade de Rony Lopes. Se o capitão Tomás Podstawski (talvez o jogador que mais maturidade tática apresentou) e o jogador do Lille OSC foram totalistas (é indubitavelmente um dos jovens mais promissores do futebol europeu), Raphael Guzzo e Francisco Ramos repartiram entre si a outra vaga da zona intermédia. O luso-brasileiro destaca-se pela dinâmica que oferece,não passo que o jogador do FC Porto é inteligente a assegurar equilíbrios. Na frente de ataque, Gelson Martins mostrou possuir muitos dos atributos técnicos que se exige a um extremo de classe (capacidade técnica para criar desequilíbrios e para acelerar o jogo em diversos momentos). Ainda assim, deve ser mais incisivo na tomada de decisão e privilegiar o jogo coletivo em detrimento de lances individuais. Já Ivo Rodrigues não foi tão constante em termos exibicionais, embora tenha revelado uma boa parceria com Rafa na ala direita e tem uma margem de progressão considerável. Por fim, André Silva marcou cinco golos (segundo melhor marcador da competição) e revelou facilidade de remate, mobilidade (arrastava as marcações, de forma a abrir espaços para que os seus companheiros aparecessem em zonas de finalização), alguma qualidade técnica e bons pormenores no jogo aéreo. Terá o jogador do FC Porto condições para ser o ponta de lança que o futebol português ansiava à imenso tempo?
Desde logo iniciando pelo guarda-redes André Moreira, bastante seguro e tranquilo entre os postes. Os três golos sofridos e a excelente exibição frente à Alemanha atestam o potencial do jogador do GD Ribeirão. Passando ao setor defensivo, realçar a qualidade na saída de bola, no posicionamento e no jogo aéreo da dupla João Nunes/Domingos Duarte, a propensão ofensiva de Rafa (oferece largura e profundidade através de um pé esquerdo com muita qualidade, sendo igualmente forte no jogo exterior e interior) e o posicionamento de Mauro Ricquicho (relembrar que o jogador do Sporting CP iniciou a sua formação como extremo direito, mas tem-se fixado como lateral dessa mesma faixa). Quanto ao meio-campo, Hélio Sousa deu primazia a um triângulo que tentava aproveitar a criatividade de Rony Lopes. Se o capitão Tomás Podstawski (talvez o jogador que mais maturidade tática apresentou) e o jogador do Lille OSC foram totalistas (é indubitavelmente um dos jovens mais promissores do futebol europeu), Raphael Guzzo e Francisco Ramos repartiram entre si a outra vaga da zona intermédia. O luso-brasileiro destaca-se pela dinâmica que oferece,não passo que o jogador do FC Porto é inteligente a assegurar equilíbrios. Na frente de ataque, Gelson Martins mostrou possuir muitos dos atributos técnicos que se exige a um extremo de classe (capacidade técnica para criar desequilíbrios e para acelerar o jogo em diversos momentos). Ainda assim, deve ser mais incisivo na tomada de decisão e privilegiar o jogo coletivo em detrimento de lances individuais. Já Ivo Rodrigues não foi tão constante em termos exibicionais, embora tenha revelado uma boa parceria com Rafa na ala direita e tem uma margem de progressão considerável. Por fim, André Silva marcou cinco golos (segundo melhor marcador da competição) e revelou facilidade de remate, mobilidade (arrastava as marcações, de forma a abrir espaços para que os seus companheiros aparecessem em zonas de finalização), alguma qualidade técnica e bons pormenores no jogo aéreo. Terá o jogador do FC Porto condições para ser o ponta de lança que o futebol português ansiava à imenso tempo?
2015 avizinha-se como um ano bastante importante para esta nova fornada de jogadores que compõem os escalões de formação mais elevados. A juntar à provável presença no Campeonato da Europa U21 Portugal também estará presente na fase final do Campeonato do Mundo U20 pela terceira vez consecutiva. Como resultado de uma fraca prestação da seleção principal no recente Mundial 2014 urge uma paulatina renovação da equipa comandada por Paulo Bento (tal como aconteceu com França, Bélgica ou a própria Alemanha). Claro está que muito do futuro da seleção das quinas dependerá da aposta que os clubes portugueses (nomeadamente Sl Benfica, Sporting CP e FC Porto) irão fazer em termos de formação. Note-se que no nosso país há claramente algum ceticismo (vindo de clubes, treinadores, empresários e da própria FPF) em relação à aposta no produto da formação, principalmente em questões relacionadas com a idade dos jogadores em causa. Em Inglaterra ou na Alemanha vemos bastantes jovens jogadores com idade júnior a ingressarem no principal escalão e a assumirem a titularidade das respetivas equipas (casos de Luke Shaw, Raheem Sterling, Ross Barkley, Julian Brandt ou Max Meyer). Quando viramos as atenções para Portugal, é difícil encontrar alguém com idade de júnior a jogar no escalão sénior. A criação das equipas B foram indubitavelmente uma das melhores medidas tomadas nos últimos anos no futebol nacional. No entanto, verifica-se que um considerável número de jogadores com enorme potencial e qualidade continuam retidos no segundo escalão do futebol português e acabam por não crescer. Se não existe espaço para a sua integração no plantel principal, devem então ser cedidos por empréstimo a clubes da primeira divisão. Só assim conseguem evoluir, ganhar experiência competitiva e, mais tarde, beneficiar o clube que os emprestou. Cada vez mais a formação é uma questão importantíssima e que deve ser olhar de forma muito atenta. Os jogadores não podem ser alocados consoante a sua idade, mas sim num patamar competitivo que lhe garanta crescimento, aprendizagem e uma evolução sustentada. Deste modo, deve-se potenciar as suas capacidades e criar uma regulamentação a este nível (por exemplo, limitar o número de extracomunitários) para que os emblemas portugueses apostam de forma definitiva e convincente no jovem jogador português.
Jovem Promessa: Davie Selke. Nascido a vinte de janeiro de 1995 em Schorndorf (município pertencente ao estado da Baviera), o jovem ponta de lança consagrou-se como o melhor marcador do recente Campeonato da Europa U19. De pai etíope e mãe checa, este jogador teve um trajeto de formação marcado por vários clubes, entre eles o VfB Stuttgart. Do 1. FC Normannia Gmünd saiu em 2009 para o TSG Hoffenheim 1899. Porém, a estadia em Sinsheim durou quatro anos (somou várias presenças pelas equipas U17 e U19 e apontou dois golos) até Selke mudar-se para Bremen no início de 2013, de modo a completar o seu percurso nas camadas jovens. Na região norte germânica o jovem jogador começou por jogar na equipa U19, tendo anotado registos interessantes (nove golos e uma assistência em treze encontros) em apenas seis meses. Deste modo, a transição para a temporada 2013/14 coincidiu com a sua passagem para o SV Werder Bremen II. Na Regionalliga Nord Selke revelou novamente qualidade e estatísticas extraordinárias para um jogador da sua idade. Os nove tentos e as três assistências em vinte e seis aparições contribuíram para o segundo lugar alcançado pela equipa B do SV Werder Bremen. Ainda assim, a época transata fica inevitavelmente maracda pela estreia de Selke como sénior. Foi numa partida frente ao Hannover 96 (vitória caseira por 3-2) em novembro de 2013. Daí até ao final, o alemão somou mais duas presenças na 1. Bundesliga. A nível internacional, Davie Selke tem obtido presenças na seleção germânica desde os U16. Até à data estão contabilizadas vinte e oito internacionalizações pelas camadas jovens teutónicas e vinte golos (uma grande parte obtidos no escalão U19). O torneio disputado na Hungria ficará eternamente recordado na memória deste jovem promissor: conquista do galardão de melhor marcador (seis golos em cinco partidas, igualando o recorde de Morata em 2011) e do troféu de campeão europeu daquela categoria (primeiro titulo no seu currículo). Futebolisticamente falando, Selke destaca-se pela sua estatura (192 cm), algo que é importante nos duelos aéreos e no próprio cabeceamento. Destro, atua como ponta de lança possuindo um remate potente e um sentido de oportunidade notável. Apresenta uma capacidade de trabalho incrível e movimenta-se muito bem sem bola, de forma a criar linhas de passe e abrir espaços para os companheiros penetrarem no corredor central. Técnica, velocidade e controlo do esférico são os principais pontos fracos deste jovem. O próprio temperamento não é nada vistoso, já que no final de 2013 chegou a vias de fato com o capitão Clemens Fritz durante um treino. Com apenas dezanove primaveras, Selke tem potencial e capacidade para se tornar um avançado mortífero e ajudar o futebol alemão a manter-se no topo por vários anos. Apesar de ainda apresentar idade júnior, é de louvar a aposta por parte da equipa sénior do SV Werder Bremen. Certamente em 2014/15 deverá consolidar o seu espaço neste clube do norte da Alemanha.Facto: O Rio Ave FC estreou-se nas competições europeias com uma vitória por 1-0 sobre o IFK Göteborg. Hassan foi o autor do tento vilacondense em solo sueco. Triunfo incontestável de uma equipa que mostrou sempre solidariedade, tranquilidade, índices de concentração elevados e que podia ter ampliado a vantagem. Já os suecos demonstraram ser Lasse Vibe e mais dez, estando longe dos tempos áureos dos anos oitenta (venceram duas Taças UEFA). A segunda mão está marcada para o próximo dia sete de agosto no Estádio dos Arcos.
Equipa da Semana (4-4-2): Andriy Dikan (FK Krasnodar); Franz Schiemer (FC Red Bull Salzburg), Fabian Schär (FC Basel 1893), Leonardo Silva (Clube Atlético Mineiro) e Domenico Criscito (FC Zenit St. Petersburg); Petter Vaagan Moen (Lillestrom SK), Vidar Nisja (Viking FK), Darío Conca (Fluminense FC) e Mark González (CD Universidad Católica); Raúl Jiménez (Club América) e Aleksandr Kokorin (FK Dynamo Moskva)
Frase: «Não sei que tipo de notícias quer. Eles ainda estão de férias. Se quiser, pode segui-los no Instagram ou no Twitter. Na próxima semana, quando eles voltarem, posso dar-lhe mais notícias» - Zlatan Ibrahimovic ao responder aos jornalistas num tom irónico sobre os brasileiros David Luiz e Thiago Silva, jogadores que ainda se encontram em período de férias.
Artigo escrito por: Ricardo Ferreira
Imagens: fpf.pt / kicker.de
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